[Filler - C] A alma do Fogo - Korra

Estaria em casa, revendo as últimas informações que eu havia descoberto sobre uma herança que algum ancestral meu havia adquirido em seu tempo e em sua morte, a tal herança veio a desaparecer misteriosamente. Mas seguindo os registros de sua morte, pude descobrir que o mesmo teve obito na região vulcânica ao norte do continente, e ele estaria com essa herança. Eu precisava me aprontar e ir atrás daquilo o quanto antes, pois era algo que pertenceria aos Sarutobis. Não queria ver algo nosso, nas mãos de outros. Mas não sabia como faria. Entretanto, meu pai sabia todas as formas de sair da vila. Fui até o mesmo, que se encontrava fazendo sua leitura diária.

Tonraq. Quer dizer. PAI... Ele odiava que eu o chamasse pelo nome. Sentia que não era natural. Estive pesquisando sobre um parente do clã que morreu a algum tempo e deixou uma herança, aparentemente. Preciso encontrar essa herança perdida. Mas para isso, eu preciso sair da vila. O senhor já viajou bastante. Como faço para sair da vila em segurança e não por minha reputação e a do clã em risco?

Ao conversar com meu pai, ele fora bem atencioso comigo. Tinhamos um jeito meio agressivo e brincalhão um com o outro. Mas nesses momento, era interessante ver como nossa união era bonita de se observar. Coletei o brasão que ostentava nosso símbolo. O clã seria bem reconhecido e respeitado. Não havia duvidas, quando se mostrasse uma marca daquelas.

Agradeço, pai. Isso vai me ajudar bastante. Pensei que teria que enfrentar a burocracia de ter que pedir permissão ao líder da aldeia. Mas enfim... Isso acelera as coisas. Vou me aprontar e pegar roubas e alguns equipamentos para a viagem. É um caminho considerável até o local da sepultura de meu avô.

Fui até meu quarto e arrumei algumas coisas para ir. Inclusive uma manta e um guarda chuva. O tempo aparentava que iria ficar mais feio. Devia estar preparada para aquilo. Uma muda de roupa apenas e pronto. Eu estava aptar a sai de casa. Voltei para meu pai e me despedi.

Diga a mãe que em breve eu volto.

Ela teria ido visitar alguma amiga. Era costuma ela se encontrar com uma ou duas amigas da vila, para fofocar e experimentar chá's novos. Fui saindo então de casa. Rumando em direção a saída que meu pai indicou. Avancei e quando chegasse no portão de saída, me aproximaria do guarda e mostraria o broche. Não falei mais nada, acreditava que ele já entenderia o recado, apenas com aquela demonstração. Se abrisse caminho, eu seguiria meu rumo ao meu objetivo. Estava ansiosa e meu coração palpitava de euforia.

O sol ia se pondo e a viagem durante a noite, seria arriscado. Não por sua periculosidade, mas sim pela facilidade que eu teria de acabar me perdendo. Por bem, eu estava preparada. Havia alimento para ida e volta e eu não estava desfalcada em equipamento ninja. Fui até a área de vegetação e lá procurei por uma zona aonde houvesse algumas árvores próximas. Ali eu delimitei uma zona neutra para mim, ou seja, usando o fio de aço ninja, fui passando em volta de umas árvores, formando um formato geométrico. No centro, estaria bem livre e os grossos galhos com folhagens espeças, cobriam bem a chuva. No fio, eu pendurei em ambos os lados, alguns penduricalhos que fizessem barulho, caso algum bicho ou pessoa tentasse passar. Ali, fiz uma fogueira para me esquentar durante a noite e espantar animais. Usando o manto, o fiz de cobertor e a mochila de travesseiro. Parecia uma região segura até, e caso houvesse algum imprevisto, eu era uma shinobi treinada e meu sono era leve, nessas ocasiões. Acordaria de prontidão.

Adormeci e a noite passou voando. Quando acordei, podia ver os primeiros raios de sol, invadindo as primeiras brechas entre as folhas e incomodando meus olhos. A fogueira que fiz, havia se apagado e minhas coisas ainda estariam todas em seus lugares. Mas queria agora tomar meu café, e manipulando meu katon, fiz a madeira arder em chamas novamente e aqueci uma bebida e retirei meu alimento, para poder forrar o estomago e continuar meu trajeto. Assim que terminei de comer, ajeitava novamente minhas coisas. Sempre alerta e verificando se estava tudo em ordem realmente. Checava minhas informações assim que tudo estivesse pronto e continuaria minha jornada rumo a Aka no Hi.

Uma noite bem tranquila e as energias estavam repostas. Um incomodo a parte por meu estomago, que reclama por comida quentinha, feita na hora, pela mamão. Privilegio que eu não teria naquele dia. As rações alimentares, teriam que bastar. Fora alguns tira gostos. Afinal, eu sou bruta e não burra.

Por ventura, eu já estava no país que eu precisava chegar. As vestimenta mudavam bastante das minhas e a fisionomia dos habitantes, era destacante, tendo sua próprias características da região. Fora isso, notava também as temperaturas se elevando. Não que eu não estivesse acostumada com calor. Usava Katon para muitas coisas, e meus treinamentos eram pesados e aquecia bastante meu corpo. Todavia, ali era um clima constante. Não bastaria apena um pulo no rio para refrescar.

Seja como fosse, continuei meu caminho. A área vulcânica estava a ao meu redor. Um terreno rochoso e de uma subida não ingrime, mas longa, até os contornos do vulcão. Fui seguindo em frente. Mordiscando alguma coisa, para não ficar com o corpo fraco. Ia seguindo, quando encontrava uma rocha espessa a minha frente. Ela impedia o caminho. Talvez fosse o ponto final, pois um paredão estaria logo atrás da rocha grande. Entretanto...

Eu via uns riscos estranhos. Meio empoeirado. Era profundo na verdade. Me aproximei e deslizei minha mão sobre o local, empurrando um pouco a sujeira. Ainda descontente, aproximei meu rosto, fechei os olhos e assoprei. A poeira finalmente voou, sujando um pouco as maçãs de meu rosto. Mas não liguei para aquilo. Contudo, ao limpar as marcas, eu podia ver que o símbolo era nada mais e nada menos, que o símbolo da minha família. Para alguns, aquilo seria apenas marcas mal feitas. Porém, para mim, aquilo significava que eu estava perto.

Olhei para os lados e me questionava como eu conseguiria achar o local. Fiquei observando a pedra grande e o paredão. O símbolo do clã Sarutobi marcando a pedra. Nós eramos conhecidos por ter domínio de todos os elementos. Certamente teria algo envolvido. Me aproximei mais uma vez e toquei a pedra. Fechei meus olhos e concentrei meu chakra. Deixei a energia ser transmitida pela solidez da rocha e fui alastrando ela. Ao enviar meu chakra, descobri que havia uma ausência de paredão atrás da pedra.

É um túnel? Provavelmente. Acredito que meu avô queria que apenas um descendente dele, pudesse entrar ai. Muito bem.

Concentrei minha energia mais uma vez e envolvendo apenas a rocha, deixei fluir meu elemento doton e fui manipulando a pedra para o lado, abrindo então a passagem e revelando o caminho que me levaria até seu tumulo. Olhei um pouco ansiosa e com um sorriso bobo na face. Estava mais perto do que nuca. Concentrei meu katon e levantando a mão com a palma virada para cima, deixei crescer uma chama, que iluminaria meu caminho. Desta forma, eu segui em frente.

Ao adentrar no túnel iluminado por minha chama, pude apreciar todo o ambiente extremamente quente. Entretanto, não era tão escuro assim, pois a lava escorria em canaletas naturais de pedra e por ali, se encontrava a ossada dos meus parentes que descansavam em paz. Entre os ossos, pude ver a pedra. Era um pouco grande e negra. Havia um detalhe esverdeado, bem bonito, que quebrava a neutralidade da espada, dando um certo contraste.

Então é essa a herança.

Fixei os olhos e avancei, pegando a espada com cuidado e a erguendo a minha frente, para que eu pudesse admirar melhor sua lâmina negra. Brandi ela uma vez, deixando a mesma descer para frente e fazer uma volta completa com o giro do punho, controlando ela. Tinha uma ergonomia boa e me agradava. Embora eu não fosse uma espadachim, me seria útil em algum momento. Inclusive seus poderes, na qual eu tinha lido a respeito. Iria estuda-la e testa-la. Tirar todo potencial elemental dela.

Ao terminar de apreciar minha herança herdada. A guardei presa nas costas, pois a mesma parecia ter sido feito para se carregar naquela região. Voltei minha atenção para os ossos de meus parentes e fiquei em silêncio. Fazia uma oração em agradecimento e respeito. Após algum tempo, eu terminava meu momento a sós e me retirava do local. Ao sair do túnel, usando do elemento terra, forcei as rochas a se juntarem e selarem aquela passagem. Agora ali poderia ser finalmente um mausoléu na qual ninguém mais iria interromper o descanso do casal.

Adeus meus avos. Descansem em paz. Um dia iremos nós reunir novamente.

Fazia uma breve referência em frente ao paredão fechado e virava as costas a seguir, retornado o caminho que fiz, par poder chegar ate aqui. Caminhei bastante aquele dia e quando estava escurecendo, eu pude finalmente chegar em Midori. Passava pelo mesmo guarda de antes, que por acaso estava trocando de turno com o ninja da noite, e ia se retirando.

Dae parça.

Fazia um gesto estranho com a mão, fechando os dedos, e deixando apenas o polegar e o mindinho, erguidos diagonalmente, para lados opostos. Caminhei mais um pouco, e chegava em casa, sentindo o cheiro da sopa de carne moída com legumes que minha mãe preparava as vezes. Minha barriga roncava e eu sentia a fome bater com violência. Abri a porta com minha chave e adentrei.

Tadaima!

Okaeri! Recepcionava minha mãe.

Oh, finalmente chegou, minha filha. Já estava pensando que teria que procurar por minha filha perdida, hahaha. Dizia meu pai.

Muito engraçado, ha ha...

Mas então, encontrou o que procurava?

Certamente meu pai. Veja...

Desembainhava a espada e mostrava todo seu esplendor para o velhote.

Ohh!!! É essa mesma. A espada elemental de fogo. Ela fora feita pelo avô do avô de seu avô. Ela é muito antiga e ainda sim possuí seu fio de corte afiado. Me lembro dela, quando era mais jovem. Eu a desejava muito.

Fique com ela pai. É meu presente a ti.

Não Korra. Não posso aceitar. Não minto que a sempre quis. Porém, é uma herança passada de avô a neto. Entretanto, somente existe você de neta, por isso a recebe. Os filhos não a recebem, pois o usuário protege sua família com está lâmina, até que suas crias possam se cuidar sozinhos. E então, quando suas crias, constituem uma família e finalmente nasçam e cresçam, o legado dessas crias, a espada então é passada para o mais digno, entre os netos. Então ela é somente sua. Sei que possuí primos espalhados. Contudo, não há pessoa mais honrada em receber tal herança, do que ti, Korra. Seu coração apaixonado pelo clã, a levou até essa lâmina, a muito tempo perdida. Ela é totalmente sua. Carregue-a consigo sempre.

Compreendo pai. Obrigada por suas palavras. Irei leva-la junto comigo e descobrir todos seus segredos. Bom, mas agora vou comer. A viagem foi longa e sabe como odeio rações shinobis.

Assim que encerrou nosso momento de fraternidade a respeito dos Sarutobis. Deixei minha mochila de viagem e demais equipamentos no quarto e fui até a mesa, comer em família. A sopa estava bem quente, como eu gostava. E pude sentir todo meu corpo fervendo. A fome era grande, e ao menos três a quatro pratos, eu limpei. Depois de comer, fui para um gostoso banho e me deitei na cama, pegando mais uma vez a espada e imaginando um nome para ela. Ficava olhando para o brilho emitido pela luz e então vinha um estalo...

Benihime!

E assim seu nome era decidido. A espada se chamara Princesa Escarlate.