[Filler - D] Protegendo a Familia - Inaba

If you catch me in my zone it may be you lucky day

Um dia atípico de minha rotina na vila incia-se de um ponto de partida igualmente incomum, retornando de uma de minhas tarefas como recém-formada gennin, naqueles dias onde o suor do trabalho árduo se misturavam com as alegrias das experiências e aprendizados, tinha algum tempo para mim por fim sentada em um banco de praça pública na vila de Midori. Aproximando-se do meio dia, a luz irradiava o ambiente e algumas crianças brincava ao longe em uma espécie de campo improvisado, algo que ao meu ver, seria softball.

Seria um descanso comum da rotina, perdida em devaneios e preparando-me para o almoço delicioso que me encontraria em minha casa para meu retorno, peixe ensopado com pirão, sabia disto pois havia bisbilhotado os primeiros preparativos acontecendo antes de sair. Meus olhos passeiam pelas folhagens, levemente distraída, me perdendo entre o cheiro do orvalho e o de comida criado por minha imaginação.

Aquele gesto de tons fúnebres danificou a tela de delinear sutil e formoso, um homem, em sua meia idade e cabelos iniciando o processo para ficar grisalhos, lançava-se sobre mim saltando-me de minha paz. De maneira rápida, conseguia desviar de seu primeiro intento e desequilibrá-lo ao chão. Não seria um ninja, apenas um aldeão e seus movimentos lentos e passos pesados anunciando sua presença revelavam-me isto, apenas, me deixando mais confusa com todo decorrido.

- O que está fazendo? Perdeu o juízo?

- Você não deveria estar aqui, vocês não deveriam!

O discurso estranho seguia uma nova tentativa de avanço, em vão assim como a primeira, sendo seu golpe desviado e o mesmo caindo sobre o banco. A priore, evitar um confronto parecia bom, mas, uma certa atenção nos era ganha e as crianças do parque começavam umas a ficar interessadas pela curiosidade, outras com medo do que ocorria ali.

- É por causa de deixar gente como vocês na vila que corremos perigo, vocês nem deveriam estar Midori, escória

Hoo....

Começava a entender por fim aonde o assunto pendia, não me era de todo novidade aquela reação, apesar de este passar dos limites, civis ingratos, mesmo dentre a ajuda que a família Kokoro deteve durante os confrontos e os laços com o clã Sarutobi que pertencia ao lugar, ainda pendiam desconfianças pelos traços nômades de minha família. Me irritava aquilo e me irritava mais ainda alguém que nada faz acusando aqueles que arriscam suas vidas.

- Nós não contribuímos para a vila... ouvir isso de um covarde, que sequer tem coragem de procurar alguém de sua idade, no intento de ferir uma garota mais jovem e causar o caos dentro de sua própria vila? Eu deveria rir?

Sua garota arro...

Não haveria chances para continuações, em um rápido movimento desferia um golpe contra o estômago do mesmo o desmaiando, minha ira se estupefaria, não por mim, mas, pelos que vieram antes. Mesmo quando eu estive em um leito ferida, minha mãe estava as linhas de frente da vila em auxílio, consigo ela ainda carrega cada cicatriz que ganhara, não mancharão este legado.

Passos rápidos e logo estaria entregando o baderneiro, as horas passam e o tempo que era para o almoço transforma-se em preparativos para a janta. Papeladas e delato sobre a postura do homem, em algum tempo, está acabado e o homem será devidamente punido. Algo me fere entretanto, dentre os presentes e considerando-se aqueles que representam a lei, foi possível notar a insatisfação de alguns com nossa presença.

A mesa, em silêncio a priore vendo a conversa dos familiares fluírem e não conseguindo mais achar tão interessante assim o aroma da comida por minha irritação, decido e declamo em alto tom como quem vocifera contra algo, chamando a atenção de todos os presentes e exaltando minha  vontade cerrando meus punhos estalando com a força.

- Vão nos reconhecer, nos aceitar, engolir cada palavra, o nome Kokoro será notícia por aqui.

Não havia volta e não queria que tivesse, teriam de nos assumir como um clã da vila, como representantes importantes e para isso eu precisava me tornar mais forte, mais poderosa, dominar meus poderes inatos para que repasse entre os membros e assim nos caracterize. Se não for por bem como desejo, bem, aí aceitarão que precisavam de nós por outros meios...